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Demasiadas vezes não percebemos que tentar não é difícil, mas exige sacrifício.
Que a tristeza tantas vezes não se revela na lágrima, mas no sorriso.
Que a beleza do verbo amar não é a sua conjugação mas sim a sua realização.
Que ser-se "dono" da verdade não acrescenta nada à nossa existência, e é tanta vezes o prolongar da nossa teimosia.
Que o silêncio não é tantas vezes o sinal da indiferença, mas sim o sinal da humildade.
Que as palavras ditas sem pensar não passam disso mesmo... de palavras!
Mas ditas com sentimento, movem montanhas!
Que os mais belos gestos não são feitos no barulho das luzes. Mas na serenidade do momento!
Que exigir não é a medida a que o outro deve chegar, mas é a medida a que eu sou capaz de me dar.
Que facilidade traz doçura, mas a felicidade carece de fidelidade e radicalismo.
Que a monotonia é algo que se foge mas que nos traz segurança.
Que sonhar é fundamental mas é preciso coragem para enfrentar os medos e os desafios.
Somos seres dicotómicos, e não devemos ter problemas com isso.
Porque o errado não é mudarmos, mas não existir nada em nós para se mudar.
Esvazio a mente dos pensamentos mundanos.
Liberto o corpo do peso das dúvidas diárias.
Entrego-me sem medo, sem receio, sem condições à doçura do silêncio.
Há muito que compreendi que preciso dele.
Pois é neste momento que tudo em mim se equilibra.
Aqui não procuro desculpas nem "meias verdades".
Aqui não há facilidades nem fragilidades.
Aqui sou como sou.
Perfeito na minha imperfeição.
Certo na minha dúvida.
Racional na minha emoção.
Crítico na minha aceitação.
Mas acima de tudo frontal com aquele que tudo pode. EU!
Sabemos-nos conhecedores e portadores de uma ciência que se diz exata e concreta. Por isso, renunciar a um Ser que se faz abstrato, que nos faz sentir a injustiça humana, é demasiado fácil.
E são dias, são anos a caminhar sobre estas pseudo verdades.
Até que um dia.
Tudo muda.
E damos por nós a falar com este Ser. Aquele, que tantas vezes duvidamos da Sua existência.
Mas sabemos, que há momentos, situações em que precisamos de manter a fé, mesmo sabendo qual é o desfecho.
A fé que se sente quando a porta atrás de nós se fecha e a escuridão nos absorve.
Esta fé que se faz presente nestes minutos de desespero.
Porque ter fé é simplesmente confiar.
Confiar que existe algo que se pode fazer, para lá do que nos dizem.
Confiar que existe uma explicação, mas que eu não consigo compreender.
Confiar que é só uma fase menos boa. E sem euforias, acreditar que o amanhã será melhor.
Ainda que tantas vezes seja tão difícil encontrar esse resto de esperança.
Mas ter fé é isso, revestirmo-nos de uma crença que não se explica mas que se sente. Que não alimenta mas nos estimula. Que o mundo apelida de loucura e o coração se entrega sem razão.
E quando tudo isto falhar, resta-nos a certeza que não nos prometeram a facilidade mas a felicidade.
Mesmo sabendo que custa e precisamente porque custa. Acreditamos e confiamos.
Sem regras. Sem rituais. Sem complexos. Sem condições.
Porque no Amor não há fórmulas certas ou erradas. Há um caminho que só os mais valentes ousam percorrer.
Sejamos valentes!
Só por hoje.
Quem sabe onde fica?
Quem se vai lembrar?
Quem irá compreender?
Quem vai aceitar?
Quem irá querer?
O que irão dizer?
O que irão pensar?
Tantas vezes é com esta "tralha" que enchemos a nossa cabeça, mas acima de tudo, o nosso coração.
E sem nos dar-mos conta, é o nosso ser que magoamos. São os nossos sonhos, os nossos desejos, a nossa essência que aprisionamos.
E em silêncio sofremos para que um outro possa existir. Um outro, que não viu o nosso gesto, o nosso silêncio, a nossa renúncia como sendo um acto de amor.
E para que ele existia, abdicamos de nosso eu!
Fugimos da nossa verdade.
Do nosso sentir.
Do nosso pulsar.
Um dia não seremos mais capazes de o fazer e talvez aí seja muito tarde para recuperar das abstinências que nos obrigámos a viver. Demasiadas em prol de um amor que não era a dois mas apenas de um.
Amar
pode ser um verbo simples e regular, mas de uma vivência complexa e revigorizante.
De gestos simples mas com uma enorme intensidade.
De palavras sinceras mas marcantes.
De loucas promessas mas que nos faz capazes de as materializar.
De sorrisos "parvos" e de "borboletas" na barriga.
De sonhos impossíveis mas que perdem o "im" e passam a possíveis.
De distâncias que se encurtam e de minutos que "voam".
De cheiros que perduram e de toques que seguram.
De silêncios que falam e de olhares cúmplices.
De abraços reconfortantes e de partilhas sinceras.
E tudo isto é amar... e o resto também!
E um dia descobrimos que:
há um sonho por realizar;
um local por visitar;
um sentimento que permanece;
um perfume que não se esquece.
E que por mais que se queira,
não se pode fugir das opções que foram feitas.
Não vale a pena o arrependimento ou a desilusão,
vamos onde queremos ir e estamos onde decidimos estar!
E esta... é a talvez a verdade mais dura e aquela que tanto tentamos camuflar.
Se foste, é porque querias ir!
Se ficaste, é porque algo é mais forte!
Se escolhes, é porque sabes que existem sempre duas opções.
Se pensas, é porque algo "mexe" contigo.
Se partilhas, é porque percebes a beleza do que fazes.
Se escondes, é porque sentes vergonha.
Se falas, é porque queres acrescentar algo.
Se fazes silêncio, é porque preferes não magoar.
Se olhas, é porque admiras.
Se contemplas, é porque percebes a sua verdadeira dimensão.
Se tocas, é porque entendes que a beleza não se possui.
Se gostas, é porque te comprometes a cuidar.
E é desta forma que somos livres!
Porque aquilo que somos não depende do que temos ou de onde viemos. Depende apenas da verdade do nosso coração!
Pois é aquilo que define cada Homem... É a sua essência!
Demasiadas vezes achamos que são as nuvens que afastam o sol.
Que é a distância que nos afasta de quem gostamos.
Que é a ausência que nos faz esquecer.
Mas isso não é a verdade!
Porque o que nos impede de lutar
é a descrença no que se sente.
O que nos impede de ser feliz
é a expectativa que depositamos no outro.
O que nos afasta da verdade
são as desculpas que criamos.
O que nos afasta do amor
são as pedras que colocamos no coração.
O que nos faz esquecer
são as mentiras que contamos.
O que nos faz afastar
é o nosso egoísmo.
E na vida é preciso coragem para saber que para se caminhar
é preciso esvaziar o ego;
é preciso humildade para aceitar que nenhum de nós é perfeito;
é preciso desprendimento para compreender que nem sempre somos donos da razão;
é preciso carácter para desculpar aquilo que tantas vezes não conseguimos compreender.
Porque afinal, "todo o amor é eterno e, se acaba, não era amor".
Não sou só o que vês.
Não sou só o que lês.
Não sou só a expectativa que tens de mim.
Não sou companhia só para as noites frias.
Não sou companhia só para as horas vazias.
Não sou companhia só quando mais ninguém pode.
Não sirvo só para te ouvir.
Não sirvo só para te dizer sim a tudo.
Não sirvo só para satisfazer os teus caprichos.
Porque eu sou muito mais do que isso!
Sou o homem que cresceu assente na certeza que nem sempre
fez a escolha mais acertada, ou disse a palavra certa.
Sou o resultado das viagens que fiz, dos livros que li e até
das pessoas com quem tive, e tenho, o privilégio de privar.
Só que às vezes é preciso coragem para olhar para lá do que a vista alcança!
É preciso querer muito. E de verdade!
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