Tralha a mais!
Quem sabe onde fica?
Quem se vai lembrar?
Quem irá compreender?
Quem vai aceitar?
Quem irá querer?
O que irão dizer?
O que irão pensar?
Tantas vezes é com esta "tralha" que enchemos a nossa cabeça, mas acima de tudo, o nosso coração.
E sem nos dar-mos conta, é o nosso ser que magoamos. São os nossos sonhos, os nossos desejos, a nossa essência que aprisionamos.
E em silêncio sofremos para que um outro possa existir. Um outro, que não viu o nosso gesto, o nosso silêncio, a nossa renúncia como sendo um acto de amor.
E para que ele existia, abdicamos de nosso eu!
Fugimos da nossa verdade.
Do nosso sentir.
Do nosso pulsar.
Um dia não seremos mais capazes de o fazer e talvez aí seja muito tarde para recuperar das abstinências que nos obrigámos a viver. Demasiadas em prol de um amor que não era a dois mas apenas de um.