"Quem lamenta as suas perdas, olha para os seus próprios pés. E quem olha para os seus pés, acha que o mundo é do tamanho dos seus passos."
August Cury
"Quem lamenta as suas perdas, olha para os seus próprios pés. E quem olha para os seus pés, acha que o mundo é do tamanho dos seus passos."
August Cury
"O que posso eu fazer por ti?" perguntaste tu. E a minha resposta automática foi "nada, obrigado!" Mas, não era a verdadeira... Porque aquilo que eu precisava que fizesses por mim, é que me desses um abraço! Um bem apertado e sentido. Mas, tive medo de mostrar a minha vulnerabilidade. E permiti que fosses embora...
Assusta-nos o desconhecido. A mudança. A solidão. O não se ser reconhecido.
Assusta-nos encontros profundos. Expor-nos. Abrir mão do que somos. De sermos enganados.
Assusta-nos a conversa com o nosso Eu. A aceitação do que não conhecemos. A entrega total.
Assusta-nos a obrigação. O reconhecimento. O dogma. O Amor.
Assusta-nos a morte lenta. A vida fugaz. A partida e a chegada.
Assusta-nos confiar. Acreditar. Defender o que pensamos.
Assusta-nos o falar para os outros. O nosso silêncio. As palavras e os gestos.
Assusta-nos o julgamento do outro. A crítica. A maldade. O sofrimento.
Assusta-nos a vida que pede para ser vivida por e em amor.
E é o medo que nos atrofia. É preciso compreender que para vivermos em plenitude, temos que sair da nossa zona de conforto. Pois é desse lado que tudo acontece.
Medo de amar. Medo de fugir. Medo de negar. Medo de confiar. Medo de me entregar. Medo de me perder. Medo de sonhar. Medo de sofrer. Medo de morrer. Medo de me esquecer. Medo que me esqueçam. Medo que me rejeitem. Medo que me neguem. Medo de não ser amado. Medo de não ser recordado. Medo de não significar nada na vida daqueles que amo com todo o meu ser. Medo desta minha fraqueza. Medo desta minha humanidade. Medo de te perder. Medo de escrever.
E havia uma alegria em te pertencer e uma vontade única de te ver; um abraço de segurança e um olhar para te compreender; um tempo intemporal e um sentimento indefinido; um cheiro teu num corpo meu e uma forma de te reconhecer sem te ver;
E parecia que a vida mudava de passo e o beijo ganhava outro sabor; o sonho ficou concreto e a paixão preenchia cada momento; o cinzento dos dias passaram para horas de arco-íris; o primeiro pensamento do dia eras tu e o último também.
E um dia descobrimos que: há um sonho por realizar; um local por visitar; um sentimento que permanece; um perfume que não se esquece.
E que por mais que se queira, não se pode fugir das opções que foram feitas. Não vale a pena o arrependimento ou a desilusão, vamos onde queremos ir e estamos onde decidimos estar!
E esta... é a talvez a verdade mais dura e aquela que tanto tentamos camuflar.
Demasiadas vezes achamos que são as nuvens que afastam o sol. Que é a distância que nos afasta de quem gostamos. Que é a ausência que nos faz esquecer. Mas isso não é a verdade!
Porque o que nos impede de lutar é a descrença no que se sente.
O que nos impede de ser feliz é a expectativa que depositamos no outro.
O que nos afasta da verdade são as desculpas que criamos.
O que nos afasta do amor são as pedras que colocamos no coração.
O que nos faz esquecer são as mentiras que contamos.
O que nos faz afastar é o nosso egoísmo.
E na vida é preciso coragem para saber que para se caminhar é preciso esvaziar o ego; é preciso humildade para aceitar que nenhum de nós é perfeito; é preciso desprendimento para compreender que nem sempre somos donos da razão; é preciso carácter para desculpar aquilo que tantas vezes não conseguimos compreender. Porque afinal, "todo o amor é eterno e, se acaba, não era amor".
Porque nem sempre somos capazes de abrir mão e seguir. E demasiadas vezes ficamos à espera de uma mudança que não acontece. Acreditamos tantas vezes em algo que descobrimos ser os únicos a acreditar. Invade-nos uma esperança tantas vezes oca e doentia. Porque no fundo sabemos que o que nos impede de agir é o MEDO e a incerteza que se abate sobre nós! O medo da solidão. A incerteza no amanhã. O medo da dor que a decisão nos irá provocar. A incerteza que estejamos a ser injustos. O medo de voltarmos a sofrer. Mas acima de tudo, o medo que temos quando tomamos consciência das nossas opções. E por estranho que possa parecer, quando se decide e se caminha por entre o medo e a incerteza, descobrimos que afinal há sempre um novo amanhecer. Uma nova etapa. Um novo caminho. Um novo sentir. E é disto que se faz a "massa da vida"! De amanheceres...
e tantas vezes por culpa dessa característica achamos que podemos mudar o mundo ou converter alguém.
Mas na prática não podemos nem uma coisa nem outra.
E quando essa verdade invade o nosso ser, das duas uma, ou mudamos a nossa forma de ser ou mudamos a forma de estar.
Ora como eu acredito que mudar a nossa forma de ser é algo impossível, resta-nos mudar a nossa forma de estar. Mas mudar é sempre tão difícil! Porque mudar mete medo, e o medo... Atrofia-nos!
É uma linha ténue aquela que separa a razão da emoção, a loucura da paixão, a verdade da mentira, o medo do amor, o poder e o dever. É ténue a linha do altruísmo e do egoísmo, e quase imperceptível a linha que separa a inveja e a amizade. Porque a critica é sempre mais fácil do que o reconhecimento. Porque o julgamento é sempre mais rápido do que a tolerância. Porque o parecer é sempre mais aliciante do que o ser.
Se o Mundo soubesse os medos que trago por baixo do sorriso que lhe ofereço... Se as pessoas soubesse os problemas que carrego por baixo da paz que lhes transmito... Talvez tudo fosse diferente!
Se o Mundo desconfiasse as dores que suporto por baixo da disponibilidade... Se as pessoas desconfiassem as saudades que suporto por baixo desta serenidade... Talvez tudo fosse diferente!
Se o Mundo sonhasse a dureza das opções feitas que escondo por baixo da alegria que partilho... Se as pessoas sonhassem a dor da solidão que escondo por baixo da entrega que lhes faço... Talvez tudo fosse diferente!