"Quem lamenta as suas perdas, olha para os seus próprios pés. E quem olha para os seus pés, acha que o mundo é do tamanho dos seus passos."
August Cury
"Quem lamenta as suas perdas, olha para os seus próprios pés. E quem olha para os seus pés, acha que o mundo é do tamanho dos seus passos."
August Cury
Existe em cada um de nós uma crença asfixiante, uma esperança de reconhecimento.
Como se isso nos desse algum tipo de suporte.
Frequentemente achamos que o futuro nos trará uma gratificação. Seja pela dedicação, pelo amor, pela entrega, etc.
Que num determinado momento da nossa existência tivemos por alguém, seja namorado (a), seja pais, seja filho(a), seja amigo (a), etc.
Só que esse "um dia" é tão incerto e longínquo, que o nosso ego pode nunca o viver. Cabe-nos aceitar o que o "agora" nos dá, sem colocar "se's" ou "mas".
Existe quem ache que a vida se faz de rotinas, de monotonias, de horas que se sucedem e dias que passam. Onde tantas vezes o que importa, não são as Histórias que são escritas diariamente, nem as memórias que são criadas das partilhas ou de entregas.. O que importa é saber sempre o porquê das coisas, saber tudo, para que dessa forma possámos controlar tudo ao nosso redor. Como se isso fosse humanamente possível. Sem perceberem que viver, é como uma barca, onde sabemos que haverão dias de vento em que podemos seguir à sua boleia, mas também haverão outros em que para avançarmos, teremos de remar. Onde precisamos de confiar nas nossas capacidades e limitações. Onde a força reside no interior de cada um. Onde o silêncio é paz. E as palavras de gratidão. Mas é preciso saber que não importa o tempo que se demora nem como se chega, porque no cais Alguém nos espera de braços abertos. Por isso, aquele que acha que tudo controla, rapidamente perceberá que se perde. Porque a vida dá volta e voltas... E o Homem teima em criar raízes.
"Espera por mim!" Foi o último pedido que me fizeste antes de me deixares. Onde não houve perguntas, nem preocupações. Onde não houve medo nem um simples "mas". Onde não existiu uma exigência, nem uma obrigação.
"Sim, eu espero!" Foi a única coisa que fui capaz de te dizer. Não porque ficasse bem ou porque a situação assim o exigia. Até porque sabia e sei, que só podemos prometer aquilo que somos capazes de cumprir. A verdade, é que em mim, existe a certeza que este coração bate por ti. Que tu és o principal motivo do meu sorriso. O meu porto de abrigo. A minha força nos momentos de fraqueza. A estrela que brilha mais forte quando olho o firmamento.
E passado este tempo, aqui estou à tua espera, conforme te prometi naquele dia.
Passei meses, com o desejo de te tocar. Contei horas, na ânsia de te ver. Esperei minutos com vontade de te beijar.
E a Primavera deu lugar ao Verão assim como o sol deu lugar à chuva. E de ti nem sinal! Foi então que percebi, que era o momento de ir. Mas sem olhar para trás, sem peso da culpa ou com a expectativa do "se". Ir liberto do remorso e da culpa fácil. Caminhar na plenitude do meu ser e da minha essência. Mas ir com determinação e sem aflição. E eu fui...
Há momentos em que se espera que o telefone toque, e do outro lado alguém diga: "tenho saudades tuas!". Há dias em que se espera receber uma mensagem a dizer: "preciso de ti!". Há horas em que se espera que alguém te bata à porta, te abrace e te segrede: "ainda não acabei!" Há minutos em que se deseja "abrir os olhos e acordar deste pesadelo". Há segundos em que se respira fundo para "ganhar" a coragem para enfrentar o segundo seguinte. Há momentos em que o mundo te diz o que fazer e tu fazias exatamente o contrário. Há sempre uma dureza em quem espera, e quase sempre uma frieza por quem se espera. Mas é sempre mais duro ficar do que partir.
Porém, quem fica cresce e quem parte muitas vezes "não vai para melhor".