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É na penumbra que me sento.
Que espero por ti.
Sem saber se vou ou fico.
Sem saber se entro pela noite fora ou se corro atrás do dia.
É neste pedaço de tempo, que te espero.
Que me espero.
Que me pergunto e respondo.
Que me vejo e projeto.
É neste finito tempo que separa a noite do dia
Que procuro respostas para coisa nenhuma.
E onde tudo me lembra de ti.
E tu?
Onde estás?
Vivi anos ao teu lado e ainda assim não foram suficientes.
Sussurei-te em cada amanhecer o quão grato eu era por acordar ao teu lado. E em cada beijo que te dava, colocava em silêncio o meu mundo. Pois sem ti ele não existia. Tu eras a sua guardiã!
Cada sorriso teu, iluminava cada sombra minha.
E as minhas dúvidas, tu transformaste em certezas.
Fizeste dos nossos sonhos, realidade.
E de mim o homem mais feliz do mundo.
Só tu me bastavas!
Só tu sabias que do alto da minha teimosia, eu era (e sou) um coração mole.
E quando tudo em mim era caos. Tu chegavas e em silêncio dizias-me: "Estou aqui"!
Abracei-te várias vezes com a vontade que o tempo parasse.
Mas ele nunca parou.
E levou-te de mim!
E eu ainda hoje espero que a porta se abra e me digas "já cheguei!"
Porque afinal eu ainda não acabei de te amar...
Somos demasiadas vezes confrontados, quer exterior quer interiormente, por um sentimento, por uma pressão, de um lógica mundana e de um dedo acusador. Porque nos colocámos acima de tudo e de todos. Porque fomos capazes de nos escolher e de nos amarmos em primeiro lugar.
Mas o mundo acha que é egoísmo.
Que é uma decisão errada.
O mundo, o mesmo que festeja connosco o sucesso e se esquece de nós no insucesso.
O mundo, que aponta e julga mas que é feito de telhados de vidro.
O mundo, que te diz "sê resiliente" mas que nisso vê "teimosia".
Só que nem sempre o mundo está certo e nós errados.
E muitas vezes, fazemos as coisas erradas mas pelos motivos certos.
E essa é a beleza da vida humana.
São muitas as vezes que nos dizem que a vida é feita de
vitórias e de derrotas;
de chegadas e de partidas;
de lágrimas e de sorrisos;
de muitas decisões e de uma infinidade de consequências;
de alguns amigos verdadeiros e de muitos falsos conhecidos;
de gente que nos ama tal como somos e de uma inveja em ser como nós.
Que todos nos apoiam quando estamos na "crista da onda", mas que poucos nos ajudam a erguer.
Que amar magoa mas que não querer ser amado dói ainda mais.
Que o medo nos coloca amarras e que o amor nos faz ganhar "asas".
Que existem caminhos sinuosos onde apenas a coragem e ousadia são companheiros de viagem.
Que a injustiça não é coisa do passado, mas que é algo presente no coração do Homem.
Porém aquilo que nunca nos disseram ou ensinaram,
é que na vida não é mais feliz aquele que possui todas as riquezas do mundo,
mas antes aquele que sabendo da sua limitação se oferece ao outro para o fazer ser mais.
E é por isso, que a sociedade nos "cria" consumistas e a vida nos educa na entrega.
Porque afinal, onde estiver o nosso coração, ai está o nosso tesouro.
Damo-nos ao outro sem grandes reservas.
Deixamos que entre. Que encontre. Que se faça uno. Que acrescente um pouco ao muito que nos falta. Que caminhe connosco. Que nos faça ver para lá desta nossa limitação humana. Que nos ensine a amar. A partilhar a dor que um dia possamos sentir.
Sem receios. Sem medos. Sem condições. É de uma forma consciente que o fazemos. É um passo certo este que damos. É ousar. É confiar. Mas acima de tudo, é acreditar.
E existe em nós a vontade que tudo possa dar certo. Que seja O ser que tantas vezes sonhámos.
É por esta desagradável verdade que um dia nos sentimos rasgados por dentro de cima a baixo.
Como se tivéssemos sido cortados por uma espada e atropelados por um camião.
Caímos de joelhos e com a expectativa por terra. E somos invadidos por uma necessidade de isolamento.
Compreendemos a dureza do coração humano. E a verdade de que o Mundo não pára à nossa espera.
Onde apenas os fortes são recordados e os fracos são esquecidos. Aí percebemos de que lado da história queremos estar.
Porque por muito que nos custe admitir, é na dor que se revela o verdadeiro carácter e a coragem. E na alegria, a generosidade e a expectativa.
De repente tudo acabou...
Foram anos de um casamento.
De um projeto.
De uma família.
De um sonho.
Que de um momento para o outro termina.
Fiquei sem o chão que me sustentava.
Sem o abraço que me protegia.
Sem o corpo que conhecia de cór.
Sem o sorriso que me enchia a alma.
Porque de repente tudo acabou...
Onde foi que falhei?
Onde foi que falhaste?
Onde foi que falhámos?
Simplesmente não sei.
Só sei que terminou.
E agora?
Todos me dizem, que existe vida para lá disto. Que algo melhor me está reservado. Que novos sonhos irão acontecer!
Mas que vida? Se a minha vida era contigo.
Melhor? Tu eras a melhor.
Novos sonhos? Mas tu és o meu melhor sonho.
Mas de repente tudo acabou.
Talvez um dia volte a amar.
Talvez um dia volte a sonhar.
Talvez um dia me volte a entregar.
Mas por agora, só te quero a ti.
"Espera por mim!"
Foi o último pedido que me fizeste antes de me deixares.
Onde não houve perguntas, nem preocupações.
Onde não houve medo nem um simples "mas".
Onde não existiu uma exigência, nem uma obrigação.
"Sim, eu espero!"
Foi a única coisa que fui capaz de te dizer.
Não porque ficasse bem ou porque a situação assim o exigia.
Até porque sabia e sei, que só podemos prometer aquilo que somos capazes de cumprir.
A verdade, é que em mim, existe a certeza que este coração bate por ti.
Que tu és o principal motivo do meu sorriso.
O meu porto de abrigo.
A minha força nos momentos de fraqueza.
A estrela que brilha mais forte quando olho o firmamento.
E passado este tempo, aqui estou à tua espera, conforme te prometi naquele dia.
Amar
não pode ser uma questão de sorte.
Nem tão pouco uma questão de timing.
Amar
Será sempre uma questão de sentir, de escolher, de querer.
Porque amar,
implica sentirmo-nos unos,
de saber que a fidelidade se escolhe e que abraçar quem nos ama é sem sombra de dúvidas, a nossa maior segurança.
Podemos achar que amar é fácil, que o Amor é coisa passageira.
Porém é mentira!
Porque o que torna este sentimento fácil e corriqueiro, é a necessidade humana de o banalizar, de o quantificar, de o comparar.
Mas para se amar, é preciso entender o que é o sentir.
O que significa viver e partilhar.
Porque na vida, aquele que não for fiel nas pequenas coisas, nunca será nas grandes!
E amar é o deus das pequenas coisas.
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