"Quem lamenta as suas perdas, olha para os seus próprios pés. E quem olha para os seus pés, acha que o mundo é do tamanho dos seus passos."
August Cury
"Quem lamenta as suas perdas, olha para os seus próprios pés. E quem olha para os seus pés, acha que o mundo é do tamanho dos seus passos."
August Cury
e tantas vezes por culpa dessa característica achamos que podemos mudar o mundo ou converter alguém.
Mas na prática não podemos nem uma coisa nem outra.
E quando essa verdade invade o nosso ser, das duas uma, ou mudamos a nossa forma de ser ou mudamos a forma de estar.
Ora como eu acredito que mudar a nossa forma de ser é algo impossível, resta-nos mudar a nossa forma de estar. Mas mudar é sempre tão difícil! Porque mudar mete medo, e o medo... Atrofia-nos!
É estranho, mas existem pessoas por quem temos uma consideração maior do que aquela que efetivamente merecem.
Pessoas de quem esperamos um determinado gesto ou palavra e constatamos o contrário.
Pessoas a quem abrimos as "portas" da nossa vida e "escancaramos" o nosso coração, mas que nos fazem arrepender profundamente de tal atitude da nossa parte.
Há gente que acreditamos que nos acrescentam algo, e na verdade, é exatamente o contrário.
Pessoas que parecem ser e ter algo de especial e afinal são apenas ilusão da nossa mente.
Quiseste conhecer o rosto por detrás das palavras. Quiseste pronunciar o nome para lá da imaginação. Quiseste tocar na mão que escrevia o que lias. Quiseste compreender como tudo acontecia. Mas a verdade é que por muito que possas observar, tocar, dizer. A essência simplesmente vem de dentro!
É duro fazer silêncio, quando ouves e vês tanto ruído à tua volta! É duro estar em silêncio, quando existem tantos juízos de valor e rótulos colocados! É duro manter o silêncio, quando existe tanta incompreensão e tantas verdades por serem ditas! É duro oferecer silêncio, no mundo "minado" por uma "meia verdade" e pelo egoísmo!
Mas é preciso estar em silêncio para nunca perder o foco do que é o mais importante! É preciso fazer silêncio para que o orgulho, a vaidade e a teimosia não sejam a base de qualquer decisão! É preciso manter silêncio para que as palavras não gerem mais dor! É preciso oferecer silêncio para que a tempestade passe e o sol volte a brilhar!
Confesso que me assusta, quando paro e penso na minha vida...
E assusto-me porque hoje tenho a consciência que tudo nela é passageiro e efémero.
Apesar de algumas dessas coisas terem sido grandes sonhos ou até mesmo grandes desafios... Existiram momentos mágicos e momentos tristes...
Rasgos de dor e de felicidade...
Mas todos, todos eles passaram, e não voltaram a acontecer, pelo menos com os mesmos protagonistas e naquele espaço...
Hoje sei que na história da minha vida, cada momento, cada decisão, cada uma das coisas que me aconteceram tiveram que acontecer naquele momento...
E mesmo quando sinto saudades de alguém ou de algum momento, isso é apenas um sinal que esse alguém/momento foi marcante e muito especial...
Mas não vai voltar a acontecer.
Porquê?
Porque já passou...
E a nossa vida é isso mesmo, a congregação desses momentos todos, mas que já não voltam, por muito que se possa querer ou desejar...
E compreender isto, não é uma questão de medo, nem se quer se trata de uma questão de orgulho. Trata-se apenas de compreender e aceitar que a vida não te dá a possibilidade de voltar atrás e reescrever o que pensámos que ficou incompleto.
Não!
No livro da nossa vida, cada momento tem um início e um fim.
Cada momento é único e irrepetível, por muito que não se concorde... Por muito que nos possa doer esta realidade... Apenas existe uma certeza...
“Tudo passa...”
E no dia em que percebermos isso, as nossas vidas deixarão de ser povoadas e recheadas por “ses”; “talvezes”; “mas”; etc. E no seu lugar existirá apenas SIM ou NÃO!
Porque estas são as respostas que definem aquilo que estamos dispostos a viver sem condições, sem regras, sem lógica. Numa entrega total e desmedida... E se doer? Se doer é porque a nossa entrega foi total e verdadeira a esse momento ou a esse alguém... Mas irá passar...