Para lá de tudo...
Damo-nos ao outro sem grandes reservas.
Deixamos que entre. Que encontre. Que se faça uno. Que acrescente um pouco ao muito que nos falta. Que caminhe connosco. Que nos faça ver para lá desta nossa limitação humana. Que nos ensine a amar. A partilhar a dor que um dia possamos sentir.
Sem receios. Sem medos. Sem condições. É de uma forma consciente que o fazemos. É um passo certo este que damos. É ousar. É confiar. Mas acima de tudo, é acreditar.
E existe em nós a vontade que tudo possa dar certo. Que seja O ser que tantas vezes sonhámos.
É por esta desagradável verdade que um dia nos sentimos rasgados por dentro de cima a baixo.
Como se tivéssemos sido cortados por uma espada e atropelados por um camião.
Caímos de joelhos e com a expectativa por terra. E somos invadidos por uma necessidade de isolamento.
Compreendemos a dureza do coração humano. E a verdade de que o Mundo não pára à nossa espera.
Onde apenas os fortes são recordados e os fracos são esquecidos. Aí percebemos de que lado da história queremos estar.
Porque por muito que nos custe admitir, é na dor que se revela o verdadeiro carácter e a coragem. E na alegria, a generosidade e a expectativa.