Waterfall
Os dias passam com uma rapidez vertiginosa.
Onde quem chega traz um problema.
E espera encontrar um amparo.
São horas que se abdicam.
São os projectos que temos que colocar em modo “pause”.
É toda a nossa vida que abranda para que o outro descarregue o peso da mala.
Quem chega não quer resposta ao “Como estás?”.
Quem parte não se interessa de como se fica.
Vai mais leve, mais sereno, mais feliz.
Aquele que fica não importa.
E desta forma consigo perceber que:
A amizade tem um custo.
O amor paga um preço.
Que o sonho é feito de partilhas, mas as tormentas de solidão.
Que nas noites frias me aconchega a sombra do meu ser.
Mas que nos dias de sol, muitos virão aproveitar.
Cansado.
É neste estado que me encontro.
Farto desta gente que “usa e deita fora”.
Porque tudo é descartável.
Tudo menos as suas causas, os seus problemas ou os seus dramas.
Gente que se acha sol, mas não se apercebeu que é lua.
Que vivem na sombra da paz de uns e que reflectem o brilho de outros.
Sei que não sou melhor do que ninguém.
Mas de uma coisa eu sei, partilha não é nada disto.
A isto eu chamo de “egoísmo”.
E eu não preciso disso!