"Quem lamenta as suas perdas, olha para os seus próprios pés. E quem olha para os seus pés, acha que o mundo é do tamanho dos seus passos."
August Cury
"Quem lamenta as suas perdas, olha para os seus próprios pés. E quem olha para os seus pés, acha que o mundo é do tamanho dos seus passos."
August Cury
Cansado: desta gentinha que caminha na boleia da minha sombra; de gentinha que não me acrescenta e não me faz evoluir; de gentinha que exige mas que nunca se dá.
Cansado: da crítica sagaz daqueles que não fazendo nunca erram; do juízo fácil daqueles que acham que só eles estão certos e o mundo errado; da vontade que as pessoas têm em saber tudo sobre a vida dos outros, sem que ninguém lhes tenha pedido opinião.
Cansado: dos que chegam e me sugam o tempo, como se só a sua vida e as suas coisas fossem importantes; dos egoístas que nunca se preocupam em obter resposta do "como estás?", porque na verdade nem querem saber; dos que acham que são indispensáveis e que a sua ausência na minha vida seria catastrófica.
Estou cansado! Há momentos em que os ignoro, mas hoje não é o dia! Hoje é o dia de lhes dizer: BASTA!
Cada dia tornou-se uma corrida, onde a nossa atenção deve estar na sua máxima força, onde a nossa dedicação dever ser inquestionável, mas a verdade é que nem tudo é importante e nem tudo deve ter isso de nós. Porque quando nos damos por completo na realização dos trabalhos laborais, tantas vezes o que existe depois disso é desprezado. E não pode ser! Porque cada coisa tem a importância que lhe damos e por muito que achemos que chegamos a todo o lado, a verdade é que não conseguimos. E aceitar esta condição humana, é aceitar que somos limitados, não na vontade mas na capacidade; não na entrega mas na execução. Por isso, é preciso perceber que existem momentos em que as palavras devem dar lugar ao silêncio. Onde contemplar deve ser mais forte do que criticar. E é preciso coragem para dizer basta! E entender que a bondade é tantas vezes confundida com tontice, mas são coisas tão diferentes! Sejamos reflexo do que sonhamos e queremos ser e nunca do que nos dizem que devemos ser.
Dias de partilha e horas de felicidade. Sonhos comungados E desejos confidenciados.
E eu esperei-te naquela noite, tal como tinhas combinado. E esperei... E esperei... E tu não chegaste. Fugiste no último momento. E eu fui. Cada passo que eu dava, sabia-te mais longe de mim e do que era nosso. E odiei aquele momento, mas não fui capaz de te odeiar. E hoje passados tantos anos, quando te vi graciosa e sorridente, pude perceber que aquele sentimento esperou por ti. Hoje a vontade é a mesma. O desejo continua presente e por isso te segredo no silêncio de um olhar: "quero-te minha, hoje e para sempre!"
Um dia perguntaram-me: - "Qual é o sentimento mais importante para ti?" E eu cheio da minha razão disse: - "O amor. Obviamente!" Sorriram e sairam... Mas aquele sorriso não me convenceu, escondia algo. E isso intrigou-me... Busquei respostas, elaborei perguntas. E um dia, enquanto indagava uma criança, obtive a resposta mais esclarecedora... Ele disse-me, que o sentimento mais importante para ele era a confiança. Perguntei-lhe o porquê dessa resposta: - Quando jogo à bola com os meus amigos, eles confiam em mim para marcar um golo e ganharmos o jogo!" Graças a este petiz, percebo que o sentimento que mais damos e partilhamos com os outros é a confiança. Uma vez quebrada, dificilmente voltará a ser o que era.
Há uma música que toca repetidamente, que me projeta para uma realidade distante da verdade. Onde sou capaz de voar sobre o mar; tocar as estrelas e apreciar a beleza da lua cheia ou o pôr do sol; onde o tempo não faz tic-tac e onde o Amor se sente presente; onde os bens materiais não existem e onde o som do mar preenche o ar. É uma realidade tão perfeita, que me basta fechar os olhos para te sentir, para te tocar. Aqui não existe distância, apenas existência. E tu existes em mim... Mais do que eu em ti!
Entra e fecha a porta. Deixa a música tocar repetidamente. Deixa a luz desligada. Peço-te apenas que faças silêncio! Não quero conversas. Não quero ver televisão. Não quero ler. Não quero mexer-me. Estou bem assim! Neste estado de inércia e de pensamento vazio. Só te peço isso: Silêncio! Consegues?
Era um sonho como muitos outros, tinha uma vontade e uma forma. Tinha um jeito único de existir. Com dias inesquecíveis e horas marcantes. Mas também tinha meias verdades e meios sentir. Havia momentos de afastamento e de silêncio, onde a individualidade era presença. Queriamo-nos assim. Gostavamo-nos assim. Conheciamos o som da gargalhada sincera, da partilha de uma banal garrafa de vinho que se transformava especial. Havia letras de músicas que se alteravam do nosso jeito. E expressões só nossas. Mas um dia, o sonho afastou-se e o "ficar" partiu, sobraram apenas as recordações que preenchem o tempo de uma vida que foi partilhada do nosso jeito.
Vivemos tempos diferentes, onde tudo se partilha, onde tudo é capturado, onde o "like" é muito importante, onde um simples "tag" parece abrir portas de sociedades e grupos privados. Onde todos tem uma opinião e um palpite. Onde a aprovação de um amigo virtual ou de um desconhecido é fundamental para sabermos se temos sucesso ou não. Mas a verdade, é que as melhores coisas/sentimentos do Mundo, não são aquelas que são partilhadas no Mundo virtual, mas sim aquelas que são partilhadas no silêncio e no anonimato virtual, com aqueles que amamos e que nos provam estar ao nosso lado sobre qualquer circunstância.
Foi de rosto fechado que te conheci. Tinhas um olhar perdido e um sorriso tímido. As palavras eram frágeis e os gestos inconsistentes. Fazias um esforço para aceitar um Mundo que não te compreendia. Que te apontava um caminho que não era o teu, mas que ninguém se importava com isso. E a frustação crescia em ti. Pois sem perceber, era o teu Eu que se "apagava".