Retrato
Paro e observo,
penso em cada escolha e em cada decisão.
Nas consequências e nas várias direções.
Nas hipóteses e nas suas imposições.
Onde nem sempre fui fiel ao que acredito e muito menos ao que digo.
E onde percebo que a maturidade se adquire errando.
Que o sonho tantas vezes é uma premissa de oportunismo, e que muitas vezes me faz arrepiar caminho.
Carrego na alma as marcas de cada paixão e de cada entrega. E sabendo que mesmo não sendo imaculada e perfeita, são pelo menos verdadeiras e totalizantes.
E se houve momentos em que desejei ser diferente, também não é menos verdade, que hoje aceito-me como sou.
Consciente que mesmo não sendo perfeito, sou pelo menos humilde para aceitar o que não posso mudar;
que me revisto de uma certa dose de coragem para lutar por algo que me faça sentido;
onde existe a teimosia para me alertar que um "porque sim" ou "sempre foi assim" não significa nada;
e um excesso de orgulho para me avertir que não sou de me contentar com um "foi por um triz" ou um "importa é participar!".
Não me atrai a ideia do "se" ou do "mas", penso e faço o que devo para que em mim não exista qualquer tipo dúvida.
Se eu podia ser diferente?
Podia!
Mas não era a mesma coisa!