"Quem lamenta as suas perdas, olha para os seus próprios pés. E quem olha para os seus pés, acha que o mundo é do tamanho dos seus passos."
August Cury
"Quem lamenta as suas perdas, olha para os seus próprios pés. E quem olha para os seus pés, acha que o mundo é do tamanho dos seus passos."
August Cury
Porque nem sempre somos capazes de abrir mão e seguir. E demasiadas vezes ficamos à espera de uma mudança que não acontece. Acreditamos tantas vezes em algo que descobrimos ser os únicos a acreditar. Invade-nos uma esperança tantas vezes oca e doentia. Porque no fundo sabemos que o que nos impede de agir é o MEDO e a incerteza que se abate sobre nós! O medo da solidão. A incerteza no amanhã. O medo da dor que a decisão nos irá provocar. A incerteza que estejamos a ser injustos. O medo de voltarmos a sofrer. Mas acima de tudo, o medo que temos quando tomamos consciência das nossas opções. E por estranho que possa parecer, quando se decide e se caminha por entre o medo e a incerteza, descobrimos que afinal há sempre um novo amanhecer. Uma nova etapa. Um novo caminho. Um novo sentir. E é disto que se faz a "massa da vida"! De amanheceres...
Disseste-me "tenho de ir!" e eu não percebi porquê. Porque eu gostava das nossas rotinas, dos nossos passeios domingueiros, da certeza dos nossos sonhos...
E de repente... Tu tinhas de ir...
Mas ir para onde? Porque tens de ir? Porque vais? E eu? E nós?
E percebi que não existia mais o "nós". Que a nossa casa era demasiado pequena para ambos. Esvaziava por dentro enquanto te via a encheres as caixas. E no silêncio dos minutos, eu chorei. Cada caixa que fechavas, eu caía mais fundo.
Mas não fui capaz de te dizer o que sentia e acabei por te ver partir. Esperei que olhasses para trás... Desejei que me abracasses... Ansiei acordar deste pesadelo... Mas era verdade! Tu disseste e cumpriste!
Perder, faz-me sempre pensar que não fiz o suficiente, que não me esforcei, que não dei o melhor de mim, que não me superei, que em algum momento me desviei do meu foco/objectivo. Porque não sou pessoa de fazer algo para perder. Não! Quando aceito um desafio, é para ganhar! E não o faço por menos. Mas que não se confunda mau perder com exigência.
Há dias em que a tristeza se apodera de mim. Há momentos em que a desilusão se faz companheira. Há horas em que a dúvida se torna permanente. Há minutos em que a solidão e o isolamento são os melhores comparsas. E então a vontade de desaparecer, de simplesmente ir são mais apelativos do que a de ficar e de enfrentar as coisas de sorriso no rosto e com determinação de ferro. Mas é preciso ir bem fundo de nós, e encontrar a força e a coragem que não sabíamos existir em nós para enfrentar tudo e todos. E apenas Deus sabe a que custo...
e há horas em que a euforia preenche a nossa vida.
Há minutos em que é necessário avaliar as opções feitas e há segundos em que se tomam decisões para sempre.
Há momentos em que revisão de vida é obrigatório e há alturas em que a vida nos acontece por entre os dedos.
Mas a verdade é que haverá sempre uma vontade no mais fundo de nós, haverá sempre um sonho que nos comanda, haverá sempre uma esperança que nos acalenta. Porque errar é humano e a frustração de não se tentar é cobardia! Seremos sempre senhores do nosso destino e construtores de uma nova civilização, a do Amor.
Existe em nós a imaturidade para se esconder o que se sente ou que o se pensa.
E tantas vezes fugimos dessas situações por medo ou por vergonha, porque achamos que os outros se irão rir de nós, das nossas ideias ou da nossa diferença.
E acabamos por nos julgar um ser inferior ao outro. Porque acreditamos de verdade que: "Não faz sentido!" "Não tem lógica!" "Para quê?" "Não me vão ouvir!" "Não me vão compreender!" E demasiadas vezes só precisávamos de uma mão que nos ajudasse a vencer esta barreira... Porque afinal, nem tudo o que pensamos, dizemos ou fazemos está errado. O que está errado é o olhar crítico do outro, a palavra que fere, o julgamento fácil, etc. Mas para superar essas barreiras é preciso compreender que só
É esta espera que me vai matando pouco a pouco. É esta indecisão que me vai consumindo minuto após minuto. É esta revolta que vai preenchendo o vazio deixado pela crença. É esta angústia que se apodera da esperança que se vai esvaindo. É esta dor que me desespera por um sinal Teu.
É esta vontade revoltante de saber por onde andas quando preciso de Ti... É este o momento em que prostrado no chão diante de Ti, já sem a força e a coragem de "outras lutas", que Te olho e Te pergunto...