Sabor do nada...

Existem em nós esta sede inexplicável, de quer o impossível e não nos bastar o possível. É como se toda a nossa vida não fosse suficientemente preenchida por este aceitável e de um momento para o outro ambicionamos mais, de uma forma desmedida, diria mesmo descontrolada...
E então tudo ao nosso redor deixa de ter importância para nós...
Se temos alguém que nos ame...
Esse amor não é suficiente para nós... Porque nós queremos mais, muito mais... E nesse momento, todas as juras, todos os sonhos, todas as alegrias, todas as conquistas, todas as partilhas, são insuficiente para nós. Inclusive a pessoa que viveu todos esses momentos connosco... Passou a ser descartável.
Esse amor não é suficiente para nós... Porque nós queremos mais, muito mais... E nesse momento, todas as juras, todos os sonhos, todas as alegrias, todas as conquistas, todas as partilhas, são insuficiente para nós. Inclusive a pessoa que viveu todos esses momentos connosco... Passou a ser descartável.
Se temos uma casa...
Ela deixou de ser suficientemente grande e espectacular para nós... Queremos uma com áreas maiores, com cozinhas equipadas, com vista para o mar, com piscina... E então cresce em nós este desejo de mudar... E não olhamos a meios para atingir o fim pretendido.
Ela deixou de ser suficientemente grande e espectacular para nós... Queremos uma com áreas maiores, com cozinhas equipadas, com vista para o mar, com piscina... E então cresce em nós este desejo de mudar... E não olhamos a meios para atingir o fim pretendido.
Se temos carros...
Se temos telemóveis...
Etc.
E a nossa vida passou a ser esta constante sobrevivência em busca dos bens materiais e dos impossíveis...
E não nos apercebemos que deixamos de viver para passarmos a sobreviver.
Foi como se tivéssemos uma mão cheia de areia e de repente começamos apertar para os possuir todos e eles começam a fugirmos por entre os dedos...
E no final de tudo, apenas uma pergunta...
Para quê?
Se aquilo que nos faz verdadeiramente feliz, não está no que possuimos...
Para quê?
Se ficámos com este gostinho na boca... a nada!
Uma braçada amiga