"Quem lamenta as suas perdas, olha para os seus próprios pés. E quem olha para os seus pés, acha que o mundo é do tamanho dos seus passos."
August Cury
"Quem lamenta as suas perdas, olha para os seus próprios pés. E quem olha para os seus pés, acha que o mundo é do tamanho dos seus passos."
August Cury
Podemos fugir… Podemos esconder-nos… Podemos abafar essa voz… Podemos sobrecarregar o nosso tempo… Mas até quando?
Até quando, vamos parar e admitir que temos que fazer o filme da nossa vida? Que temos de nos “sentar” o ver este filme sem cortes, sem intervalos, sem duplos, sem «mas» e «talvezes»? Quando é que teremos a coragem de «baixar a guarda» e soltar o Homem que existe em nós, que carrega em si sonhos, sentimentos, medos, alegrias, dores, dúvidas, etc? Quando é que teremos a humildade de sermos sinceros, uma vez que seja, com nós mesmos? Quando é que teremos a dignidade de nos olharmos olhos nos olhos? Quando?
Talvez este seja o momento… Talvez esta seja a hora… Ousa…
E talvez vejas que muitas coisas erradas foram feitas e ditas… Que tiveste muitas vitórias e algumas derrotas, mas que continuaste… Que o teu caminho nem sempre foi uma linha recta, mas que tu sempre o percorreste… Que nem sempre foste feliz, mas que fizeste tudo para o ser… E chegarás à conclusão que hoje és muito mais valioso do que pensavas ser. Apenas porque ousaste abrir a “arca” da tua vida e ouvir a voz mais genuína que possuímos… O nosso coração.
Na verdade devíamos tentar fazer as coisas, não para alcançar louvores ou atingir a glória ou apenas porque é politicamente correcto faze-lo. Não, acho que este é o maior erro da humanidade, estar demasiadamente presa a preconceitos e a juízos de valor.
E não perceber que é dentro de nós que tudo nasce...
É dentro de nós, que está o nosso maior crítico e o nosso maior fã...
É cá dentro que reside o bem e o mal...
É dentro de nós que nasce a possibilidade de melhorar ou de piorar o Mundo que nos rodeia...
É dentro de cada um de nós, que está a verdade das nossas acções, a sinceridade dos nossos valores, a fidelidade à pessoa que somos...
Não está nas palmas do Mundo, não estão nos diplomas das faculdades, não estão nas palavras que escutamos. Não!
É dentro de nós que tudo deve fazer sentido, mesmo que o Mundo não entenda. Mesmo quando o Mundo nos “escarre” no rosto, mesmo assim... vale apena continuar, vale apena confiar, vale imensamente mais.
Porque o Mundo é para aquele que nasce para conquistar o que sonha... e o sonho começa onde nos leva o coração.
Gosto... De olhares profundos; De beijos arrebatadores; De sorrisos espontâneos; De toques provocadores; De danças sensuais; De encontros casuais; De doces tradicionais; De desafios estimulantes; De momentos marcantes; De noites de lua cheia; e de pores-do-sol mágicos; De atitudes sinceras; De amizades fieis; De gestos convincentes; De locais mágicos; De livros viciantes; De sentimentos verdadeiros; De músicas flutuantes; De liberdade sentida; De abraços honestos; De dias de praia; e de dias chuva no sofá; De estar rodeados de amigos; e de ter momentos sós.
Existem marcas que são eternas e marcas que são breves; marcas intensas e marcas profundas; marcas que registamos na memória e outras que gravamos no coração; marcas que nos alegram e marcas que nos fazem doer; marcas de dádivas e marcas de ingratidão; marcas de palavras e marcas de atitudes; marcas de amor e marcas de dor; marcas de momentos inesqueciveis e marcas de momentos que não queriamos ter vivido; E hoje, eu sou a soma de todas essas marcas...
Existem em nós esta sede inexplicável, de quer o impossível e não nos bastar o possível. É como se toda a nossa vida não fosse suficientemente preenchida por este aceitável e de um momento para o outro ambicionamos mais, de uma forma desmedida, diria mesmo descontrolada...
E então tudo ao nosso redor deixa de ter importância para nós...
Se temos alguém que nos ame... Esse amor não é suficiente para nós... Porque nós queremos mais, muito mais... E nesse momento, todas as juras, todos os sonhos, todas as alegrias, todas as conquistas, todas as partilhas, são insuficiente para nós. Inclusive a pessoa que viveu todos esses momentos connosco... Passou a ser descartável.
Se temos uma casa... Ela deixou de ser suficientemente grande e espectacular para nós... Queremos uma com áreas maiores, com cozinhas equipadas, com vista para o mar, com piscina... E então cresce em nós este desejo de mudar... E não olhamos a meios para atingir o fim pretendido.
Se temos carros...
Se temos telemóveis...
Etc.
E a nossa vida passou a ser esta constante sobrevivência em busca dos bens materiais e dos impossíveis...
E não nos apercebemos que deixamos de viver para passarmos a sobreviver.
Foi como se tivéssemos uma mão cheia de areia e de repente começamos apertar para os possuir todos e eles começam a fugirmos por entre os dedos...
E no final de tudo, apenas uma pergunta...
Para quê?
Se aquilo que nos faz verdadeiramente feliz, não está no que possuimos...
Pouco importa a quem parte, quem fica. Pouco importa a quem dá, o valor da oferta. Pouco importa a quem ama, o que tem de mudar. Pouco importa a quem sonha, a dureza da realidade. Pouco importa a quem sorri, a tristeza do outro. Pouco importa a quem caminha, quem fica parado. Pouco importa a um filho, o sacrifício dos seus pais. Pouco importa…
Porque esta é história de todos nós… Dos que sonham; e dos que sorriem; dos que abdicam; e dos que partem…
E na história da nossa vida, só importa se no final de tudo formos FELIZES com as opções feitas!