Farol...

Sempre fui e confesso que ainda sou, um apaixonado por faróis, apesar de serem um enorme cilindro em betão com dois holofotes no topo, acho que são magníficos.
Pois a sua missão é algo fantástica, guiar e alertar os barcos sobre a proximidade de terra... E se virmos bem, nem mesmo com a criação e aperfeiçoamento do G.P.S., levou a uma inutilização do farol.
Na verdade, aquilo que me fascina no farol é a sua simplicidade na construção, a beleza da sua missão, a sua persistência na execução da missão, a resistência face às tempestades e às novidades, etc.
Quando olho para um farol, recordo sempre que também eu devia ser assim:
- Uma luz que possa ajudar os que estão à minha volta;
- Ser humilde;
- Ser simples;
- Ser forte;
Mas bem sei, que tantas vezes, isto não passa de ilusão, pois o que acabo por ser é orgulhoso, vaidoso, fraco... E no final como acontece com os G.P.S., quando queremos uma rota e não funciona, e então pensamos «Não serves para nada!», deve ser isso que os que estão à minha volta, pensam...
Porém, aquele barco que se guiou pela luz daquele farol, encontrou um porto seguro, onde se abrigou e aguardou que a tempestade passe...
É quando penso em tudo isto, que sinto dentro de mim, uma crescente de perguntas, para as quais não tenho qualquer resposta...
- Quantos "barcos" conduzi até um porto seguro?
- Quantas vezes, fui luz para alguém?
- Quantas vezes, deixei que brilhasse Aquela Luz?
- Quantas vezes, fui eu sinal de esperança para aqueles que me pediram auxílio?
- Quantas vezes?
E percebo no vazio em que caio... Pois dentro de mim, não existe aquela luz igual a de um farol, mas sim, uma pequena chama...
E tu?
Que luz brilha dentro de ti?
É a luz de um farol? Ou de a luz de uma lamparina?
Uma braçada amiga